sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Cajazeiras, uma aldeia poética.


No livro, “Cajazeiras, uma aldeia poética”, O poeta Irismar di Lyra faz um passeio nostálgico, sobre o universo cultural, geográfico e social de sua cidade. Ele percorre, como se fosse uma câmera documental, que se desloca com liberdade, mostrando de forma sutil, até com riquezas de detalhes, os tipos, as paisagens, os costumes, os pontos pitorescos de sua aldeia, sem meramente se ater no saudosismo, mas buscando nas lembranças, subsídios fundamentais para escrever um conteúdo atual, esteticamente identificado com as novas linguagens que norteiam a poesia moderna contemporânea. Abaixo, apresento dois poemas que caracteriza o momento do autor, quando escreveu o livro.














            Coração Transeunte

O meu coração se parte
e reparte
qual paralelepípedo
da Samuel Duarte.

Rever, por onde se passou,
é lírico;
Juntar pedra por pedra,
por onde se pisou é arte.

Siqueira Campos, Bonifácio Moura,
Coração de Jesus, Padre José Tomáz,
Travessa São Vicente...
Revê-las? ao meu coração satisfaz.!

Aqui, morou seu fulano;
Alí, dona sicrana.
Acolá, ficava a bodeg de seu beltrano...
Alegria, pelo que se pode rever;
E pelo que não, desengano.

Padre Rolim, Barão do Rio Branco,
artérias por onde a vida resvala,
Carlos Pires de Sá, 205,
a porta da rua, que dá para a sala.

Açude Grande, tempo de cheia,
águas desabam em comportas.
Meu coração afoito tibunga,
nadando em divagações mortas.

Pureza das águas

Do humor de Telma à irreverência de Ica
a um salão de pura arte nos anos 70;
da sutileza das cores, em Luíza Moisés
à pureza das águas que correm
no Alto Sertão de Piranhas.

Eita! mundo, mundão!...
se visto pela ótica do coração.

Das loucuras de Noventa e nove ao amor exacerbado
pelo doutor Waldemar;
Das peripécias de Pedro Revoltoso,
(pelos erres e esses de Simpatia)
às proezas do velho Chiquinho.

Eita, mundo mundão!
Eita, mundo, mundinho!

Das formas esculturais,
na Expressão de Modesto
(pela essência do picolé de Walmor)
à ressonância do moderno em Flor de Liz.

Eita, tempinho bom!
Eita, tempo feliz.



quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Dois bons poemas de Lenilson Oliveira

























Lenilson Oliveira 
É funcionário público da Prefeitura Municipal de Cajazeiras, especialista em literatura brasileira, pela Faculdade São Francisco e editor de imprensa do site destaquepb. 

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Noite
autor: Lenilson Oliveira

A noite foi feita para os
sentimentos
Todos eles
Da saudade à angústia
Da ansiedade ao desespero
Da esperança ao desejo

A noite foi feita para os
devaneios
Os mais loucos
Dos sonhos aos pesadelos
Dos planos aos desenganos
Dos medos à poesia

A noite foi feita para o corpo
Vítima maior
Do cansaço à insônia
Da solidão à tristeza
Da dos ao prazer

A noite foi feita para a vida
Das trevas à luz


Prece para meu amor
autor: Lenilson Oliveira

Não tenha medo do meu amor
Ele só faz mal a seu dono
Egoísta, insano

Não tenha medo do meu amor
Ele só sabe ser completo
Sem metades, repleto

Não tenha medo do meu amor
Umas vezes rasgado; outras, retiscente
Mas sempre presente

Não tenha medo do meu amor
Por ser carente, carinhoso
Por ser tensão, impetuoso

Não tenha medo do meu amor
Ele sabe doer, sofre e calar
Até não mais suportar




quarta-feira, 26 de novembro de 2014

   Boa Notícia  
VII Mostra de Cultura de Cajazeiras
    


              A Prefeitura Municipal de Cajazeiras, através da Secretaria de Educação e da Secult, abriu nessa segunda-feira, dia 24 a VII Mostra de Cultura de Cajazeiras. O evento se estenderá até o dia 28 de novembro (sexta-feira). A Mostra ocorre na Praça Nossa Senhora de Fátima e tem como tema: Cajazeiras retrata o passado e escreve o futuro. A solenidade de abertura aconteceu nesta segunda-feira. Nesta terça-feira (25), acontece uma apresentação de Fanfarras. A equipe que coordena o evento convida a todos para continuar prestigiando o maior evento cultural realizado em praça pública.

PROGRAMAÇÃO:
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25 de nov. – 19h00
- Festival de fanfarras
26 de nov. – 19h00
- Apresentação de grupos culturais de Cajazeiras e região
27 de nov. – 19h00
- Apresentações culturais pelas escolas municipais (quadro livre)
28 de nov. – 19h00
- Apresentações culturais pelas escolas municipais (quadro livre)
- Premiação das escolas vencedoras do festival de fanfarras
- Show de encerramento do evento (Colégio Nossa Senhora de Lourdes)


fonte: site polêmica paraíba

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Griguilin e a Jovem Guarda em Cajazeiras.

Cleudimar Ferreira 



"Os Brazinhas" (principio da formação do Super Som Sete)
Rômulo Alencar, João Vianney (guitarra), Billa,
Griguilin e Olivan Big Boy (bateria)

No inicio dos anos setenta, a Jovem Guarda mesmo parecendo chegar ao fim, ainda era um movimento musical presente no dia-a-dia e um modelo de vida a ser seguido pela nossa juventude. Toda forma de agir, pensar, vestir e cantar, tinha com referência estética, esse modelo musical, comportamental, lançado pela indústria fonográfica dos anos sessenta, o qual facilmente a nossa sociedade absorveu e teve como principal consumidor a sua juventude.

Cantores como Roberto, Erasmo, Wanderléia, Jerry Adriano, Vips; Bandas de grandes sucessos, a exemplo de  Renato e seus blue caps e The Fevers, alucinavam corações com suas canções e lançava nas ruas das grandes cidades deste país, um jeito novo de vestiu a cabeça e o corpo dos jovens, bem como, das demais pessoas que se achavam identificadas com a sua música e com as atitudes que esses cantores assumiam no cotidiano dos programas de TVs e nas revistas sociais de grande circulação no mercado editorial brasileiro.

Se essa nova estética social, embutida na música lançada pela Jovem Guarda, se tornara uma febre tão quente assim no seu berço - Rio e São Paulo, imagine só como seria ela numa cidade a exemplo de Cajazeiras, que facilmente a temperatura chega aos trinta e oito graus; tão distante dos grandes centros urbanos, encravada nas cercanias territoriais da Paraíba com o Ceará. Nesse sentido, não é de se ficar abismado em dizer que Cajazeiras sempre foi cosmopolita e que por ser assim, facilmente poderia ser contaminada com o estado febril envolvente, que o clima da Jovem Guarda proporcionava aos Jovens daquela época. 

Super Som Sete. Olivan Big Boy (Bateria), Nenem de 
Iraídes (Guitarra),Griguilin (Vocal), Nael (Guitarra),
Zezin de Jorge (Baixo) e João Robson (Percussão).

Que a sua juventude sempre sonhou e sempre procurou está à frente do seu tempo, e por isso, a Jovem Guarda foi tão bem assumida e “curtida” pela sua rapaziada, é um fato que qualquer um que viveu esse tempo, pode confirmar.  Uma rapaziada feliz, que ao som das músicas de Roberto, Renato e Fevers, ousaram e formaram bons conjuntos musicais, a começar pelo conjunto "Os Brasinhas" ou os exemplos de bandas como: “Super Som Sete”, “Os Bembens” e tantos outras que animaram as festinhas dos colégios; das matinês de domingo e das festas de debutantes, nos anos em que a Jovem Guarda reinou também em Cajazeiras.

Essas bandas, com seus músicos e jovens vocalistas, ajudaram a difundir esse momento musical da nossa música e alimentou o sonho, o encantamento e o romantismo da juventude cajazeirense. Com isso, começou a surgiu os nossos primeiros ídolos cantores. Jovens vocalistas, que se não dispunha de técnica vocal apurada para canto, mas tinha a simpatia do público adolescente, o que era suficiente para continuar cantando; tentando aperfeiçoar a voz e a suas performances nas interpretações das principais músicas de sucesso, muitas ouvidas no rádio e na TV.

No oportuno exemplo desse momento da Jovem Guarda de Cajazeiras, destacamos os nomes de Griguilin, Jocélio Amaro e Rômulo Alencar. Jovens engajados, comprometidos e alienados com esse movimento musical, que se não fizeram história na música de Cajazeiras, mas deixaram saudade de um tempo mágico que fez pulsar o sangue e alimentou o libido de muitas garotinhas e garotões.

Super Som Sete - Griguilin (vocal)
Griguilin  e jovem Joana Darc

Desses pequenos vocalistas citados, Griguilin era o que mais mexia com os corações das meninas e com a inveja dos meninos. Simpático, desinibido, morador da Rua Epifânio Sobreira, ele se vestia muito bem - a caráter como se vestia os grandes astros da Jovem Guarda. Tinha cabelos compridos, uma voz grossa e postada. Curtia e cantava não só os grandes sucessos da Jovem Guarda, mas os principais hits da musica internacional  da época, interpretados por cantores e bandas como: Santana, Beatles, Bee Gees e Billy Paul. Era realmente uma “brasa mora” das meninas quando se apresentava.


Instituto Profissional Monte Carmelo
“Lembro muito bem, de uma de suas apresentações no Instituto Monte Carmelo, durante a comemoração dos festejos juninos daquela escola. Após os rituais da festa ter terminado, a Irmã Joana D’Arc – na época Madre Superiora daquele educandário, facultou uns trinta minutos para apresentação de Griguilin. Quando o garoto pegou no microfone e começou a cantar, o Carmelo inteiro começou a tremer, pois a tietagem; o estado de gritaria e histerismo das garotas (digo, dos brotinhos), assustou quem estava presente, afugentando a disciplina rígida e conservadora da Madre Superiora, obrigando a religiosa, mandar parar a barulheira e acabar com festa.”

Griguilin, mesmo com as limitações impostas para quem escolhe a música como meio de se firmar socialmente, foi um daqueles garotos sonhadores que simplesmente procurou viver um momento. Buscou com essas limitações, fazer aquilo que sabia e que aprendera, apesar das dificuldades técnicas que todas bandas de cidade interior tem. Porém, mesmo assim foi um dos principais vocalistas da cidade, seja como integrante do conjunto "Os Brasinhas", da banda Super Som Sete ou como um daqueles jovens, identificado com a passagem da Jovem Guarda por Cajazeiras.

Outras Imagens Griguilin:


 Ozenay - Griguilim, falecido em 1993


Os Brazinhas-1970: Nonato Guedes (camisa estampada),
Olivam Pereira (big-boy) - Bateria; Rômulo de Seu Nô - Vocalista; 
Ozenay (Griguilim) - Vocalista; João Vieney - Guitarra;
Neném - Baixo. Local: provavelmente no Cine Eden ou Cine Apolo XI.

Ozenay - Griguilim, Stuart, Glicélia, Teodoro Roosevelt


Outras Imagens dessa época
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Anos setenta. Banda Show "Os Bembens"
Jovens animam manhãs de domingos no Tênis Clube
O jovem Griguilin (no centro, deitado) entre amigos.
Programa de Domingo "Você faz o Show". Carlos Alberto
Albuquerque na bateria (da Jazz Manaíra)
e Danilo Holanda no piano.
O jovem cantor Jocelio Amaro
como vocalista da Banda
Super Som Sete
Conjunto "Os Rebeldes". Valdemar, Bosco, Neném ou Lúcio
(vocalista), Arsenio e Feitosa. Foto/Acervo: Arsenio.
Edição: Cleudimar Ferreira.




sexta-feira, 21 de novembro de 2014

I Festival Artístico Cultural Estudantil do IFPB - Cajazeiras, pretende resgatar raízes culturais e revelar talentos.

Banda The Clivis será uma das atrações do FACE

Será realizado entre os dias 01 e 03 de Dezembro, o I Festival Artístico Cultural Estudantil do IEPB – Campos de Cajazeiras. Segundo os organizadores do novo evento cultural da cidade, o festival foi uma iniciativa do Professor João Paulo, que inspirado no grande momento cultural que Cajazeiras vive, resolveu criar o festival com objetivo de proporcionar aos alunos do IFPB e de outras instituições da Região, a oportunidade de mostrar suas habilidades artísticas, seja elas ligadas a linguagem musical, a dança, as artes plásticas, artes cênicas e literatura. A realização do mesmo poderá ser um viés estimulador da criação de novos espaços alternativos promotores de cultura e arte.

“Os cidadãos cajazeirenses lembram-se dos bailes carnavalescos, das apresentações dos grupos da Associação de Teatro Amador de Cajazeiras (ATAC), das Semanas Universitárias, que ofereciam à cidade eventos culturais como palestras, seminários, exposições de artes, teatro, cinema, feira de artesanato e poesia. Além dos famosos Festivais da Canção do Sertão, que aconteciam anualmente e traziam compositores de todo o Nordeste. A pretensão do I Festival Artístico Cultural Estudantil é resgatar essas histórias e dar continuidade a essas atividades artísticas”, afirmou João.

Para o professor João Paulo, que durante a realização do FACE será discutido a possibilidade de implantação do curso de música no campus. “É pensamento do Instituto Federal de Cajazeiras amadurecer a proposta da implementação de um curso técnico de música, discussão essa que será tema de um debate aberto ao público durante o segundo dia do evento, com o tema: A arte, a cultura e a juventude.

Durante os três dias do evento haverá uma programação que contempla desde apresentações teatrais, oficinas musicais de guitarra e teclado, oficinas de dança e fotografia, minicursos, sessões de curta metragem, exposição de artes visuais e um Festival de Canção. Nesse festival os estudantes do IFPB e de outras instituições devem inscrever músicas autorais e inéditas que serão apresentadas na segunda e terça-feira (01 e 02 de dezembro). As duas vencedoras de cada dia disputarão a final no dia 03.

Ao fim de cada dia a programação será encerrada com a participação de alguns grupos musicais, como a banda AbradOs Zoio de João Pessoa, que fará a abertura do evento e a Banda de Rock The Clivis da cidade do Crato no Ceará, que trará um show cover do grupo Engenheiros do Hawaii. Os interessados em inscrever suas músicas no Festival da Cação, devem acessar o site da instituição em Cajazeiras, para maiores esclarecimentos.


fonte: IEPB-Cajazeiras

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A Nova Hora de Marcélia Cartaxo

Amilton Pinheiro - Em especial para o Jornal O Estado de São Paulo




                   Depois de um período de ocaso profissional, a atriz paraibana volta a brilhar em dois novos.  

Marcélia Cartaxo não acreditou quando o produtor do novo longa de Cláudio Assis, Big Jato, telefonou para dizer que o diretor a queria no filme. "Eu já tinha trabalhado em Baixio das Bestas, em 2006, mas foi uma participação pequena. Mas, desta vez, seria um papel maior, protagonista ao lado de Matheus Nachtergaele". Disse ao produtor: - Você tem certeza que sou eu mesma que ele quer? Quem não quer trabalhar num filme de Cláudio Assis?, indaga rindo a atriz e diretora, que participa ainda de outro longa, A História da Eternidade, de Camilo Cavalcante. Definitivamente, é a hora de Marcélia.

Em Big Jato, inspirado no livro do jornalista e escritor cearense Xico Sá, Marcélia faz Maria, casada com o personagem vivido por Nachtergaele (em papel duplo), um motorista de um caminhão-pipa que limpa fossas. "Faço uma vendedora de produtos de beleza, bem chique. Fiquei admirada com o set de filmagens, o Cláudio está mais tranquilo e concentrado", explica.

Drama. ela tem poucas, mas decisivas falas
em A História da Eternidade.

Quando Camilo Cavalcante escreveu a personagem Querência, uma das três mulheres que protagonizam seu primeiro longa A História da Eternidade, logo pensou em Marcélia para viver a mulher sofrida que perde a filha e é abandonada pelo marido numa cidadezinha do interior de Pernambuco. "Quando me chamou, Camilo avisou que ela teria poucas falas, transmitia os sentimentos através de expressões e gestos. Ele disse que pensou em mim para compor essa personagem, por isso, a fiz com toda entrega possível", confessa.

Pelo papel Marcélia e as outras duas atrizes do filme, Zezita Matos e Débora Ingrid, dividiram o prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Paulínia - o filme, que deve ser lançado em janeiro, ganhou ainda como melhor longa, diretor e ator, para Irandhir Santos. E, na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, foi eleito o melhor, na votação do público. Um reconhecimento que ela não sentia desde sua consagração em A Hora da Estrela, dirigido por Suzana Amaral em 1985, longa que garantiu o prêmio Urso de Prata do Festival de Berlim para Marcélia.

Justo ela que iniciou a carreira como uma brincadeira quando, aos 12 anos, começou a trabalhar no Grupo Terra, em sua cidade natal, Cajazeiras, sertão paraibano. A grande oportunidade apareceu quando seu grupo apresentou a peça Berço de Estrada em São Paulo, no Mambembão, projeto que incentivava o intercâmbio de teatro amador feito no País.

Foram apenas três apresentações no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, o suficiente para que a diretora Suzana Amaral selecionasse Marcélia para o papel principal de A Hora da Estrela, filme que pretendia rodar, adaptado do livro de Clarice Lispector. No palco, a diretora viu a cristalização da sua Macabéa, personagem central do livro, jovem alagoana que vai viver com uma tia no Rio de Janeiro.

Conversaram e atriz voltou para a sua cidade, sonhando em virar estrela de cinema. Suzana começou a enviar cartas com descrição de condutas para a atriz. Marcélia também leu o livro várias vezes, mas o achava complicado. Fez ainda uma camisola de saco de farinha, a mando da diretora, vestuário incorporado depois na composição da personagem. Finalmente, Suzana anunciou o início da filmagem e pediu que Marcélia viajasse sozinha de ônibus a São Paulo, assim como Macabéa. Quando chegou, enfrentou testes com outras atrizes para o papel.

Apresentado no Festival de Brasília, em novembro de 1985, o filme foi colecionando prêmios até chegar à mostra competitiva em Berlim. Lá, mais uma vez o longa encantou a plateia e Marcélia saiu consagrada ao dividir com a francesa Charlotte Valandrey o prêmio de melhor atriz. "Em Berlim, foi um turbilhão de emoções, pois eu tinha sido agredida por um senhor dentro do ônibus a caminho do festival", lembra. "Era um neurótico de guerra que começou a me bater na cara e me xingar, acreditando que eu fosse judia."

De volta ao Brasil, a situação mudou. O prêmio não escondia sua inexperiência e, apesar de participar de algumas produções, Marcélia não conseguia viver em São Paulo ou Rio. Em 2002, tomou a difícil decisão de voltar para João Pessoa. Hoje, aos 52 anos, só carrega um arrependimento. "Cheguei em São Paulo sem muito estudo, deveria ter feito uma faculdade. Hoje, posso fazer filmes em qualquer lugar, morando aqui. A TV também aceita melhor diferenças regionais e sotaques de cada região, o que me ajuda muito."




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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Diretor da FUNESC visita Cajazeiras.



N O T I C I A:

                 Esteve no dia 12 passado em Cajazeiras, o Diretor de Patrimônio da Funesc, Valdeci Aires. A vinda do referido diretor a cidade, foi para oficializar a doação do material técnico do Teatro Íracles Pires (Teatro Ica) e do mini Teatro Geraldo Ludgero - anexo ao Centro Cultural Zé do Norte. No dia 13 seguinte, o Diretor da Funesc se reuniu como promotores de cultura da terra de Padre Rolim, para dar encaminhamento a outras demandas do Teatro Ica e resolver problemas pendentes da cultura de um modo geral. Participaram do encontro com Valdeci, os articuladores culturais Orlando Maia – Diretor do Teatro Ica; Osvaldo Moésia – representando a 9ª Região de Cultura de Cajazeiras e Rivelino Martins – ativista Cultural, que também responde na cidade, pela Secretária Estadual de Recurso Humano.



quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O Primeiro Médico de Cajazeiras


* José Antônio de Albuquerque
   para:  Gazeta do Alto Piranhas, ed. 280, 23 a 29/04/2014

José de Sousa Maciel - 1º Médico de Cajazeiras.

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Numa revista, edição especial, comemorativa do bicentenário de nascimento de Padre Rolim, publicada no dia 22 de agosto de 1999, existe uma informação de que teria sido no dia 22 de abril de 1903, que o Diretor da Faculdade de Medicina da Bahia conferia o grau de doutor a José de Sousa Maciel, aprovado com distinção ao defender a sua tese “Orquite1 de Esforço?”. Com este diploma, José de Sousa Maciel se tornou o primeiro Cajazeirense a ser titulado em medicina. 

Num livro publicado por Higino Brito, em 1978, que foi seu trabalho apresentando à Docência da disciplina de História da Medicina, do Departamento de Medicina Interna do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, ele fornece outra data da colação de grau em medicina a José de Sousa Maciel: 12 de agosto de 1903, confirmada no livro “História da Medicina em Cajazeiras” de Luiz de Gonzaga Braga Barreto, publicado em 1995, pela Editora Universitária da Universidade Federal de Pernambuco. 

José de Sousa Maciel nasceu na Fazenda Catolé, município de Cajazeiras no dia 27 de agosto de 1876. Filho de João de Sousa Maciel (que é nome de Rua em Cajazeiras) e Maria Benvinda de Lima Maciel. Seus pais queriam que ele fosse padre. Foi estudar no Seminário São José, no Crato. De férias seu pai o mandou vender uma quantidade de algodão em Campina Grande. Nesta viagem ele vendeu o algodão, os burros e os cavalos, juntou o dinheiro e fugiu para a Bahia. Tinha um desejo a cumprir: ser médico. O velho pai só lhe perdoou a rebeldia muitos anos depois. 

A primeira batalha vencida. Formado médico, não voltou para Cajazeiras. Foi trabalhar em Itabaiana. Em pouco tempo firmou-se no conceito público como profissional da medicina. Migrou para João Pessoa onde como obstetra alcançou muita reputação. 

Como homem público, elegeu-se vereador em 1928, pelo Partido Democrático. Em 1935, pelo Partido Progressista, que ajudou a fundar, foi eleito deputado estadual. Foi deputado estadual por duas vezes, Presidente da Assembléia Legislativa e Governador do Estado (11 de abril de 1936), durante afastamento do seu titular. 

José de Sousa Maciel é ainda reconhecido como homem de letras, jornalista e orador. Higino Brito em seu livro destaca o orador José Maciel: “teve, impossível esconder, sob este aspecto, méritos definidos e incontestáveis. Não se marcava pelas características do seu tempo, ou seja, arroubos de eloquência, gesticulação desordenada, voz retumbante. Definiu-o a lógica da argumentação, a segurança da frase, a tranqüilidade do raciocínio, a dicção perfeita”. 

José de Sousa Maciel faleceu em João Pessoa em sete de abril de 1959, com 82 anos de idade. O único reconhecimento de Cajazeiras ao seu ilustre filho, que além de médico, foi vereador, deputado estadual, governador do Estado, jornalista, grande orador e escritor é o nome dado ao Hospital Regional de Cajazeiras. 

Este resgate só aconteceu em 1985, quando da reforma do Hospital Regional de Cajazeiras, no Governo de Wilson Leite Braga e o diretor era o médico José de Sousa Bandeira.




1 Orquite: 
Trata-se da inflamação do testículo (congestão testicular) e pode ser motivada pelos mais diversos fatores tais como vírus, parasitas, traumas, espiroquetas.

José João da Silva - O Mestre de Obra das Fachadas e Casarões de Cajazeiras.





  C U R I O S I D A D E:     

O Mestre de Obras José João da Silva nasceu em Cajazeiras no ano de 1881. Era filho de João José da Silva e Alexandrina Maria de Jesus. O mestre José João, era casado com Alice Meireles (Dona Lica), com quem teve 07 filhos: Valdenora, Maria (Mariinha), Pedro, Walmira, Waldenir (Wanda), Walmir e Aldenir (Mãe do Médico, Deputado Estadual e do candidato prefeito de Cajazeiras Aldemir Meireles de Almeida).

Nas décadas de 20, 30 e 40, José João se destacou na construção civil de Cajazeiras, como uma espécie de principal arquiteto dos desenhos das fachadas da cidade. Ele construiu vários prédios de destaques na paisagem da cidade e grandes casarões com características marcantes da época, onde eram desenvolvidas nas fachadas, o estilo eclético, verdadeiras obras de artes para os padrões sertanejos da primeira metade do século XX. 

Entre esses sobrados e casarios, se destacam no perímetro urbano de Cajazeiras, principalmente no centro da cidade, o antigo Hotel Oriente, o Casarão do Coronel Peba, a Casa do professor Crispim Coelho - na Avenida Padre Rolim, a Igreja Nossa Senhora de Fátima e o belíssimo prédio onde hoje funciona a Danielly Boutique, na Praça Coração de Jesus - antigamente Praça dos Carros.

José João da Silva que obviamente era avô paterno do atual Deputado Estadual José Aldemir, foi também um dos sócios fundadores do Grêmio Artístico de Cajazeiras, entidade social que agregava artífices, ou seja, artesãos, artistas e similares, fundado por iniciativa do Mestre Enéas, um alfaiate afrente do seu tempo, de ideais socialista - entendida na sua época como comunista.

por Cleudimar Ferreira





imagens / referência:

1. Foto (3x4) do Mestre de Obras José João da Silva.
2. Fachada do Casarão Boa Vista. Foi residência do Cel. Zuca Peba  
3. Casa onde morou o Professor Crispim Coelho.
4. Antigo Hotel Oriente, construído em 1920 pelo Cel. Joaquim de Souza Rolim Peba (1872-1934), para ser a clínica médica do seu filho João de Souza Rolim Peba, Dr. Juca Peba. 
5. Prédio onde funcionou a antiga Casa Ypiranga, hoje Danielly Fashion (Boutique de Vilmar) 
6. Casa antiga na Av. Padre Rolim
7. Esse belo exemplar da arquitetura armorial sertaneja foi preservada a originalidade da fachada, pertenceu a familia de Júlio Marques. Está situado no Beco da Igreja de Nossa Senhora de Fátima.
8. Antiga residência do primeiro oftalmologista de Cajazeiras, Dr. Sabino Rolim Guimarães
9. Casarão que foi residência do Coronel Epifânio Sobreira Rolim

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