quinta-feira, 30 de junho de 2016

“UM SUCESSO” o Festival de Quadrilha de Cajazeiras.



Embora não esteve ainda no consenso dos grandes festivais de quadrilhas juninas que se destacam nesse período pelo interior nordestino, o Festival de Quadrilhas promovido pela Secult de Cajazeiras, nesse mês de junho/2016, poderá no futuro, se confirmar num grande evento do gênero na região, a exemplo dos realizados em João Pessoa, Campina Grande, Fortaleza/CE e Caruaru/PE.

Os primeiros sinais para que isso aconteça, já foram vistos, e claros ficaram com participação maciça de agremiações vindas dos Estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Do Rio grande do Norte foram três quadrilhas inscritas; do Ceará, estiveram participando mais quatro quadrilhas que se juntaram a outras treze concorrentes da Paraíba.

Das treze quadrilhas do nosso Estado, nove eram da região de Cajazeiras, vindas das cidades de Cachoeira dos Índios, Sousa, Uiraúna e Bonito de Santa Fé. As outras quatro, vieram das cidades de Aparecida, Campina Grande e Cabedelo. Superando, na opinião dos realizadores, todas as expectativas possíveis.

As quadrilhas trouxeram ao ginásio da AABB, muita arte e muita cultura popular nordestina, simbolizada pelas músicas executadas, nas indumentárias, figurinos e adereços dos seus dançarinos. Ou seja, trouxeram a verdadeira história do povo Nordeste e a sua relação com as festas juninas.

Das vinte quadrilhas inscritas no festival, a “Alegria de Matuto” da cidade de Sousa ficou com o título de primeira colocada. A quadrilha “Dona Aurora” do município de Aurora no Ceará, conquistou o segundo lugar e a quadrilha “Explode Coração” também da cidade de Sousa, acabou ficando em terceiro lugar.

Seis jurados foram responsáveis pelas notas que indicaram a primeira colocada, que recebeu R$ 1.500,00 reais mais troféu; a segunda agremiação, R$ 1.000,00 reais mais troféu e a terceira, a quantia de R$ 500,00 reais e troféu. Também foram premiados com troféus o melhor Casal de Noivos; o melhor Casal Destaque; melhor Rainha e o melhor Marcador.









quarta-feira, 22 de junho de 2016

Anos de chumbo: juventude em luta na terra do Padre Rolim (I)


Luiz Alves.

Sou paraibano, sertanejo, com duas naturalidades. Em São José de Caiana (sítio Pintos), Vale do Piancó, nasci enquanto ser humano. Em Cajazeiras, enquanto ser político consciente, engajado, participativo. Vim para a Cidade que Ensinou a Paraíba a Ler aos 10 anos e meio, para um internato no Seminário Nossa Senhora da Assunção, que tinha como Reitor nada menos que o próprio bispo da Diocese, dom Zacarias Rolim de Moura, exímio professor de Latim e Português, versado na cultura greco-romana.

Agradava-me a vida no Seminário. Excetuadas as horas de repouso, o tempo se repartia em três atividades: o estudo, as orações, o recreio, com variados tipos de esporte. Muito bom. Decepcionei-me, entretanto, com os colegas.   Demorei a me acostumar com a vida longe da família, no meio de crianças e adolescentes (em torno de 60) que eu imaginara bem-comportados, estudiosos, puros, em busca da santidade. Na verdade, um punhado de "diabinhos" – salvo exceções – que tripudiavam sobre os mais fracos, aproveitavam as deficiências para apelidar cruelmente os outros: “burra- cega, guaxinim, mão-pelada, enterra-vivo, bacorinho, porco-espinho, etc.)". Eu ganhara o nome de Castello Branco, porque me achavam parecido com o marechal-presidente. Que tranquilidade! Até me soava como homenagem; algum tempo depois, é que viria considerar uma ofensa o tal apelido.

O ano era 1965. O Brasil vivia sob o regime ditatorial instalado em 1964, mas eu não sabia de nada. Nem o Concílio Vaticano II era comentado nas aulas ou nas prédicas do bispo e dos padres que nos acompanhavam. Eu só identificara duas mudanças: uma, que me frustrou: o uso da batina, abolido para os seminaristas e opcional para os sacerdotes, e outra que me agradou: a celebração da Missa em língua portuguesa e com o celebrante de frente para o povo. Eu estava acostumado a ajudar o padre Nicolau em Ave Maria (distrito de São José de Piranhas) nas missas celebradas em latim e com o sacerdote de costas para os fiéis.

Certo dia, aí pelo final de outubro (1965), encontrava-me sozinho, pensativo, avaliando as mudanças que tinham acontecido em minha vida, quando escuto um grito:

– Vamos enforcar Castello Branco!

A voz era do padre Gervásio1, professor de música, um sacerdote culto, admirado por todos. Castello Branco2 era eu. Enquanto tentava adivinhar o que se passava, dobra o corredor um grupo de uns dez meninos, padre Gervásio à frente. Este me agarra pelo curto pescoço e sai me arrastando enquanto os colegas gritavam sem contemplação: "Enforca, Enforca!". Chegando ao pátio e sem direito a discurso, padre Gervásio simula meu enforcamento. Fiquei assustado, meio sem jeito. Ninguém me explicou as razões dessa brincadeira, para mim, de muito mau gosto.

Só vim compreender o que acontecera com a chegada ao Seminário no ano seguinte de um jovem originário de Serra Grande, meu quase conterrâneo, Edival Nunes da Silva, que não recebeu apelido algum. Era simplesmente Edival. Mas anos depois ficaria conhecido nacional e internacionalmente como CAJÁ, apelido que lhe foi outorgado não em referência à fruta, mas exatamente à nossa histórica cidade, berço da cultura paraibana, a Terra do Padre Rolim.






Luiz Alves, advogado e consultor nas áreas de Associativismo, Cooperativismo e Economia Solidária, trabalhou na década de 70 como redator e repórter no Departamento de Rádio Jornalismo das emissoras DRC e Rádio Alto Piranhas de Cajazeiras.
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1 Monsenhor Gervásio Fernandes Queiroga. Nasceu em 1934 em Uiraúna (PB); é doutor em Direito Canônico e mestre em Filosofia e Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, bacharel em Ciências Jurídicas pela UFPB, Assessor da CNBB e fundador do Instituto Jesus Missionário dos Pobres.
2  Humberto de Alencar Castello Branco (1897-1967). Foi um dos principais articuladores do Golpe de Estado de 1º de abril de 1964, na condição de marechal do Exército, e o primeiro Presidente da República do ciclo da ditadura militar, que durou 21 anos (1964-1985). Governou de 1964 a 1967, ano em que morreu num acidente aéreo mal explicado em Fortaleza, sua cidade natal.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

FESTIVAL DE QUADRILHA JUNINA

Vinte quadrilhas vão se apresentar em Cajazeiras

Mais uma vez a Prefeitura de Cajazeiras, por determinação da prefeita Denise Albuquerque vai promover o festival de quadrilhas. Estão abertas as inscrições para o III Festival Regional de Quadrilhas Juninas de Cajazeiras. Foram disponibilizadas 20 vagas para quadrilhas de toda região.
Os interessados podem se inscrever até o dia 20 de junho, por e-mail ou na sede da Secretaria Executiva de Cultura de segunda a sexta-feira das 08h às 12h. O festival acontece no dia 26 de junho na AABB e a entrada será aberta ao público.
Para realizar a inscrição é preciso enviar um e-mail, informando o interesse em participar do festival, preencher uma ficha de inscrição e encaminhar para o endereço festivaldequadrilhas2016@gmail.com. A ficha de Inscrição deve ser devidamente preenchida e com anexo de cópias: xerox de RG, CPF e comprovante de residência do responsável pela inscrição e CNPJ, caso a quadrilha possua.
Premiação -  Seis jurados serão responsáveis pelas notas. O primeiro lugar será premiado com R$ 1.500,00 e troféu, o segundo com R$ 1.000,00 e troféu e o terceiro com R$ 500,00 e troféu. Também serão premiados com troféus o Melhor Casal de Noivos, Melhor Casal Destaque, melhor Rainha e Melhor Marcador.




fonte: Gazeta do Alto Piranhas

domingo, 12 de junho de 2016

Os primeiros fotógrafos de Cajazeiras



LUIS DO FOTO
fonte: Gazeta do Alto Sertão

Luís Antônio Bezerra, Luís do Foto, como era mais conhecido, morreu aos 63 anos, em 2003. Nascido em 15 de junho de 1940, Luís Antônio Bezerra morreu um dia depois de comemorar aniversário. Era um dos mais prósperos comerciantes de Cajazeiras, proprietário da Loja dos Fotógrafos, instalada no Calçadão da Tenente Sabino, e com filiais nas cidades paraibanas de Sousa e Pombal.
Além do sucesso na atividade comercial, Luís Antônio Bezerra era figura marcante na vida social de Cajazeiras. Era membro do Rotary Club e integrava a atual diretoria da Associação Comercial e Industrial de Cajazeiras. Essas duas entidades emitiram nota de pesar, lamentando a morte do comerciante e a perda nos seus quadros.
Luís Antônio Bezerra era um pioneiro no seu ramo de atividade em Cajazeiras e no Sertão Paraibano. Ele começou há algumas décadas, desempenhando o trabalho profissional de fotógrafo. As fotografias tiradas por ele e por outros profissionais da cidade eram reveladas em Juazeiro do Norte, Ceará, porque em Cajazeiras não havia máquina reveladora. Luís teve a ideia de investir num moderno stúdio fotográfico, que cresceu e se expandiu para outros municípios da região. A qualidade dos serviços é a melhor possível.
Bem-sucedido no ramo, Luís Antônio Bezerra era uma referência da arte fotográfica da região, abrindo espaço para outros profissionais que precisavam dos seus serviços, em Cajazeiras, Sousa e Pombal, além de gerar emprego e renda, nessas cidades.
Luís Antônio Bezerra era casado com Dona Mirtes Tavares Bezerra. Tinha quatro filhos: Jaime Bezerra, Josefina, Janaína e Jaqueline. Deixou apenas um irmão, o conhecido Luís Aprígio Bezerra, que também atua no ramo de fotografias, há muitos anos, em Cajazeiras.