terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Fest Aruanda, prestou homenagem a ator cajazeirense

por: Cleudimar Ferreira



A nona versão do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, prestou neste ano, uma justa e merecida homenagem; entregando ao ator cajazeirense Nanego Lira, o Troféu Aruanda 2014 de cinema.

Batizado em 29 de agosto de 1964, com o nome de José do nascimento Lira Neto, Nanego é parte Integrante de uma família de artistas, formada por Soia Lira (atriz), Buda Lira (ator e diretor de teatro), Paula Lira (atriz), Salvino Sousa (artista plástico e professor de artes) e Bertrand Lira (cineasta-documentarista e professor universitário).
 
Vivendo atualmente em João Pessoa, cidade escolhida para ser o seu ponto de atuação, o mesmo teve até aqui, uma trajetória bem sucedida de conquistas nas hostes da dramaturgia contemporânea paraibana, brasileira, que começou no antigo Grupo Terra de Cajazeiras, na época, dirigido por Eliezer Rolim.

No antigo Terra, o ator atou na montagem da peça “Beiço de Estrada”, ao lado de duas atrizes, que como ele, viria mais tarde conquistar espaços importantes em seriados de Tv, no teatro e no cinema nacional; como por exemplo, Marcélia Cartaxo (A Hora da Estrela) e Ana D’Lira (Munda da Lua).


Com o sucesso do Grupo Terra e com a projeção da peça “Beiço de Estrada”, no cenário nacional através do projeto Mambembão, em 1984, Nanego e todo elenco do grupo cajazeirense, se integra ao Grupo Piollin de Teatro, dirigido sob a liderança do ator e diretor Luiz Carlos Vasconcelos.

No Grupo Piollin, hoje um centro cultural especializado em formação de atores; depois de uma série de experiências bem sucedidas; vivendo em um espaço de convivência laboratorial no campo da dramaturgia moderna; em meio a um fluxo teatral produtivo e consequente, o ator cajazeirense começa a atuar em grandes montagens, tendo à frente, sempre o experiente diretor Luis Carlos Vasconcelos; bem como, em produções de curtas e no cinema documental paraibano e nordestino.

Em 1992, o ator passa a viver uns dos melhores momentos de sua carreira, através do espetáculo “Vau da Sarapalha”, uma adaptação da obra de Guimarães Rosa. Trabalho que fez o ator viajar por todo Brasil e vários países. Permanecendo em cartaz por quase duas décadas.
 
Depois de "Vau da Sarapalha", na era dois mil, em 2006, Nanego participa de uma nova experiência fora o ambiente Guimarães Rosa e  estreia na produção de, "A Gaivota (Alguns Rascunhos)", adaptação da obra de Anton Tchecov, que recebeu a direção de Haroldo Rego.

Em 2010, segue fazendo bons trabalhos. Desta feita compõe o elenco de "Retábulo", adaptação cênica da narrativa "Retábulo de Santa Joana Carolina", de Osman Lins, com direção de Luiz Carlos Vasconcelos. Depois participa de outras montagens, como por exemplo, a peça “Woyzeck Desmembrado” que entre outras capitais, esteve em cartaz no Sesc Arsenal, em Cuiabá/MT.

Por tantos trabalhos feitos no teatro e por ser uma pessoa identificada e compromissada com esse setor, o ator foi aos poucos conquistando espaço no cinema e definitivamente se firmando cada vez mais com essa linguagem. Nessa tão fascinante estética visual que é o cinema, o ator atuou com destaque em média e grandes produções, como foi o caso de "Árvore da Miséria", de Marcus Villar; "O Grão", de Petrus Cariry; "Cinema, Aspirinas e Urubus", de Marcelo Gomes; "Central do Brasil", de Walter Salles; e mais recentemente no destacado filme "Gonzaga - de Pai pra Filho", do diretor Breno Silveira.

Experiente, já habituado e vivendo atualmente praticamente da profissão, o ator ainda não precisou trocar o seu Estado, a Paraíba, pelo o já concorrido eixo Rio/São Paulo, para se dar bem com a sua atividade de ator; pois onde estiver espetáculo e público, lá ele estará. É por tudo isso e muito mais, que o ator cajazeirense tem feito por merecer a homenagem concebida pelo referido festival.

Paula Lira, Nanego Lira (o homenageado) e Bira Assis



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